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quinta-feira, 9 de junho de 2011

Educação é para educador, não para "auleiro"


Educação é para educador, não para "auleiro"

A cada dia me deparo com mais absurdos na educação da minha cidade e de meu Estado. A situação é vexatória não só pelos proventos que recebemos de um Estado que repassa o teto mínimo de arrecadação destinada à Educação para o investimento na mesma, mas também pela postura indigna de nosso Governador e de seu Secretário de Educação, Sr. Wilson Risolia, que de educador nada tem em seu íntimo.


É de uma cretinice fundamental o Sr. Secretário dizer que "sempre" esteve abertos às negociações, quando, na verdade, desde que seu plano de metas foi implementado ele recebeu os representantes do SEPE apenas uma única vez. Nunca esteve aberto a nós, educadores, uma vez que sua postura reflete a do governo do Estado do Rio de Janeiro: implementar as medidas sem consultar quem realmente entende de Educação, o Educador.


O gestor, Risolia, é partidário daquela perversidade típica dos déspotas esclarecidos, que aparentemente têm as melhores das intenções para com os súditos, mas em verdade querem enclausurar os cidadãos em uma redoma de demagogia para que ele mesmo, o cidadão se veja enredado em um plano do qual ele é refém, coadjuvante, e não protagonista.


A preocupação do atual Governo do Estado em erguer estádios, em gerar receita, em parecer bem nas fotos do Comitê Olímpico Internacional e da FIFA mascara o descaso que esse mesmo governo tem para com a sociedade civil e para com a construção de uma vida digna e mais igualitária junto a essa mesma sociedade. Por sua vez, esses comitês deveriam atentar para o fato de que esse mesmo Estado não apresenta as condições básicas de lidar com o caos urbano que assola seu habitantes, que dirá, a possibilidade de um caos durante a realização de um evento internacional de tamanhas proporções.


O dinheiro investido pelos interesses políticos que trouxeram a COPA de 2014 e a Olimpíada de 2016 para o Brasil deveria ter parcela considerável destinada à saúde, segurança pública e educação, e sabemos que não veremos a cor destes "reais" porque nem mesmo recebemos do governo aquilo que seria o mínimo dignificante para exercermos a tarefa de educar nossos jovens.


A Escola, que na época dos meus pais, embora mais elitista do que hoje, fora o lugar da construção de um saber que poderia ser aplicado na construção da dignidade da pessoa humana, agora se transforma em um amontoado de conteúdos escolhidos a esmo pela comissão de gestão de Educação do Estado, sem ao menos uma consulta prévia aos professores comprometidos com o formar, com o educar desses milhares de jovens. O currículo mínimo -  ideia bastante interessante se aplicada de maneira democrática - não coabita o conteúdo dos livros didáticos oferecidos pelo Governo como opção no ano de 2011. E a escola, por sua vez,  também não tem como oferecer ao professor a possibilidade de confecção de um material adicional, porque não há recurso suficiente. Os vestibulandos de hoje na escola pública só serão aprovados por um milagre educativo, de um Santo que ainda não fora canonizado, São Professor.


Queremos transparência nas contas públicas do dinheiro investido para a realização dos Jogos de 2014 e 2016. Queremos o valor máximo possível do PIB que nos é destinado. O valor de 5% é risível!!! O Estado que mais arrecada com tributação no país é o Estado do Rio de Janeiro (vejam a reportagem: http://blogcarioca.com.br/2010/02/08/rio-de-janeiro-gera-maior-arrecadacao-de-impostos-que-os-outros-estados/) É uma vergonha o que encontramos em sala de aula, é uma vergonha o plano de metas e é uma vergonha o nosso salário. 

O salário de um Gari da COMLURB é de R$ 876,00 iniciais, o que iclui o salário mínimo nacional, R$ 166,34 de insalubridade (o que também temos direito de ganhar, pelos riscos que corremos), R$ 255,00 de vale refeição, sem contar vale transporte, plano de saúde e gratificação por desempenho. A exigência de formação é o Ensino Fundamental I completo. Eu pergunto, qual o investimento que o Gari faz pra se formar? Qual a dedicação que ele tem fora do horário de trabalho? Não desmereço sua importância de maneira nenhuma, mas não é incoerente nosso salário inicial ser de R$ 756,66, com descontos R$ 681,43? Para que investimos os anos de graduação, especialização, mestrado e doutorado? Para ganhar mais R$ 200,00 com Mestrado, mais R$ 400,00 com Doutorado, não cumulativos? Isso é uma vergonha, não acha Sr. Governador?

Com R$ 681,43 é possível comprar 125 saquinhos de bananadas em pedaços…
Com R$ 681,43 é necessário trabalhar 44 meses para comprar um carro zero quilômetro 1.0.
O argumento de quem governa e das demais classes operárias é que esse salário é pago por 16 horas de trabalho semanais. Mas não contam a preparação de aulas, de provas, correção, feiras multidisciplinares, eventos extraclasse, reuniões pedagógicas e outra gama de eventos de reciclagem profissional dos quais participamos sem nenhuma remuneração e que ora são exigidos do próprio governo para que sejamos premiados com o nosso 14º salário de BANANADAS.
Pedimos mais respeito conosco Sr. Governador e Sr. Secretário. Que pelo menos escutem-nos, pelo menos recebam-nos, pelo menos admitam que poderiam fazer mais. Inventem uma desculpa melhor do que a de sempre "Estamos fazendo o melhor. Já investimos tantos milhões na Educação". Certamente esses milhões não atingiram nosso bolso. Não foram parar em nossa conta-salário. Para onde foram os milhões? Compraram carteiras novas, colocaram ar-condicionado (que na minha escola ainda não chegaram), deram a migalha de parte de nosso vale-transporte, que só nos transporta por meio mês caso tenhamos nossa carga horária maior que dois dias na semana? Seria interessante prestar contas, já que nos exigem tanta excelência na conduta, na postura, na criatividade e cobram de nossos diretores essa mesma transparência na planilha mensal de prestação de contas.
Cansamos... a sociedade precisa saber onde está nosso dinheiro. Temos direito à educação de qualidade, mas a condição sine qua non para que isso ocorra é uma melhor remuneração do educador. Punam o professor que é auleiro. Punam o funcionário público "purê de batatas morais", mas não punam o EDUCADOR. Este educa por ofício. Escolheu o caminho mais difícil, para chegar ao resultado mais correto. 
Faça o favor de nos contar onde gasta os proventos de nossos tributos. Publique uma planilha mostrando o quanto da arrecadação bilhonária do Estado - que, PASMEM, arrecada mais de tributos do contribuinte que São Paulo - vai para os cofres da Educação e, em termos reais, o quanto disso poderia ser revertido aos nossos proventos.
Só exigimos clareza, porque o elegemos. Aliás, eu não votei no Senhor. Meu voto foi dedicado a algum político que ainda deve estar se preparando para se candidatar. Meu voto espera por alguém que governe pelo povo e para o povo. E, se possível fosse, gostaría de ter elegido também nosso Secretário de Educação, pois certamente ele seria um educador, saído das salas de aula, oriundo do salário de BANANADAS direto para seu gabinete, para que lutasse pelos interesses reais da classe e pudesse nos oferecer uma saída digna, pois do contrário valeria mais a pena vender as BANANADAS no semáforo, ao invés de ganhar um salário que só me permite comprá-las.
Aguardamos ansiosos seu pronunciamento.

PROFESSORES EM GREVE SERÃO DESCONTADOS



Sepe ameaça boicotar reposição de aulas

Rio - Professores  da rede estadual que aderiram à greve por tempo indeterminado anunciada terça-feira terão os dias descontados. A medida já foi adotada pela Secretaria Estadual de Educação em anos anteriores. “Se houver corte de ponto, não haverá reposição das aulas”, avisa Tarcísio Carvalho, diretor do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe).
A categoria quer 26% de reajuste, incorporação da gratificação do programa Nova Escola e descongelamento do plano de carreira. Segundo o Sepe, a adesão chegou a 60%. A SME afirma que não passou de 2% (17 escolas).
Hoje, professores se unem aos bombeiros na Alerj, às 16h, para pressionar deputados a interceder junto ao governador Sérgio Cabral.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

GREVE POR TEMPO INDETERMINADO


Veja o calendário da greve na rede estadual:

dias 8 e 9 de junho (quarta e quinta-feiras) - reuniões 

nas escolas com a comunidade escolar para que a categoria 
explique os motivos da greve;

dia 9 de junho (quinta-feira): Profissionais da Capital e 

Grande Rio: Ato na Alerj, em conjunto com bombeiros e outros 
segmentos do serviço público estadual, a partir das 16, 
para pressionar os deputados a intercederem para que o
 governo abra negociações;

dia 10 de junho (sexta-feira): Passeata da Candelária até a 

Alerj, em conjunto com os bombeiros e funcionalismo estadual. 
Concentração a partir das 13h, na Candelária.

dia 11 de junho (sábado): panfletagens descentralizadas 

de núcleos e regionais na parte da manhã, explicando os 
motivos da greve para a população;

dia 12 de junho (domingo): às 10h, esquina da AVenida 

Princesa Isabel com Atlântica: concentração para uma
 passeta conjunta com bombeiros e demais segmentos 
do funcionalismo até o Posto 6.

dia 13 de junho (segunda-feira): Assembléias locais em

 núcleos e regionais;

dia 14 de junho (terça-feira): Assembléia geral da rede estadual, 

às 14h, no Clube Municipal (Rua Haddock Lobo 359 - tijuca) 
para decidir os rumos da greve.